— Lá, lá, lará, lará… — Pildas vinha, todo entusiasmado, carregando as gabiris que havia colhido para a festa da colheita, em agradecimento ao Criador pelo alimento de cada dia. Todos deveriam trazer alguma coisa da Floresdeira. Só que, ao chegar ao formigueiro, ele encontrou um amigo numa enrascada: Forfo queria tirar um gomo de amora que estava entalado na entrada do formigueiro. Não entrava nem saía; e o pior é que ninguém passava nem para um lado nem para o outro. Pildas sugeriu que, juntos, eles puxassem a fruta para fora.
— Quando eu contar três: um, dois, três… — mas a fruta nem se mexeu.
Aí vinha passando o Piriá:
— Deixa comigo que agora vai dar certo: um, dois, três… — e nada.
Aí chegou o Smilingüido; logo depois, o Talento e o Tolero, a Faniquita… E todos tentaram, mas ninguém conseguiu resolver o problema. Sabe o que estava acontecendo? Outras formigas, responsáveis pela ordem e manutenção do formigueiro, tentavam puxar também o gomo de amora, só que do lado de dentro, no sentido contrário. Claro que ninguém conseguiria mover a tal da amora!
Ainda bem que algumas formigas são antenadas para aquela vozinha interior, que vem do Criador, mostrando como resolver uma situação. Assim aconteceu com Formisã, que apareceu e esclareceu tudo. Então, todas as formigas respiraram fundo, contaram até três e forçaram o gomo de amora para o mesmo lado. Ele finalmente saiu rolando para fora e todos atrás, tentando segurá-lo.
Depois de tudo, foi mesmo uma festa: todos rindo e descansando debaixo de uma folha, cada um com um sorriso maior que o do outro, porque foi graças ao pequeno esforço de todos que o grande resultado apareceu. (TM)